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Saiba como a ansiedade se dá em crianças e o ao longo da vida

Sentir ansiedade é algo normal. Não porque é positivo, mas porque é mais comum do que deveria. Você já deve ter ouvido alguém falando dos quilos ganhos “devido aos últimos dias que comeu demais, pela ansiedade”. De fato, é mais comum do que deveria. E as manifestações notadas, nem sempre são vinculadas a alimentação. As pessoas expressam a ansiedade de diversas maneiras. E é sobre essa manifestação já na infância que falaremos neste artigo. Além disso, vamos abordar também como isso influencia e se dá no desenvolvimento das crianças para o futuro delas.  

Ansiedade não está distante  

Os distúrbios da ansiedade são definidos por estados de medo, preocupação ou pavor. Mas não da forma como são estes sentimentos. Percebe-se que se trata de ansiedade quando estes se apresentam desproporcionais com a situação. Mais do que isso, desproporcionais e enfraquecendo as habilidades funcionais normais da criança. E a ansiedade é algo tão sério que pode resultar de problemas físicos e gerá-los, ao mesmo tempo.  

Ainda que o diagnóstico seja clínico, há diversas maneiras de tratá-la. Mas é comum que o tratamento seja feito com terapia de comportamento e fármacos, com o uso, geralmente, de antidepressivos (ISRS). Todavia, algum grau de ansiedade é um aspecto normal do desenvolvimento. Confira casos: 

  • A maioria das crianças pequenas revelam algum medo ao se separarem das mães, especialmente em ambientes não familiares; 

  • Entre os 03 e 04 anos, é comum o medo do escuro, monstros, insetos e aranhas; 

  • Criança tímida reage às novas situações, primeiramente com medo ou afastando-se; 

  • Nas crianças maiores, os medos mais comuns são de agressão ou de morte;  

  • Crianças maiores e os adolescentes frequentemente ficam ansiosos quando precisam apresentar um livro diante de seus colegas. 

Outras informações importantes 

Dificuldades como estas não devem ser encaradas como evidências de distúrbios. Todavia, se essas manifestações de ansiedade se tornam exageradas é preciso cuidado. Atitudes que se apresentam de forma a prejudicar significativamente funções ou causando aflição grave, são exemplos.  

Os transtornos de ansiedade muitas vezes surgem durante a infância e adolescência. Estudos apontam que, em algum momento durante a infância, crianças apresentam o transtorno. O dado é de que cerca de 10 a 15% das crianças experimentam algum transtorno de ansiedade. Crianças com este quadro têm maior risco de depressão e ansiedade mais tarde na vida. Entre os transtornos que se manifestam nos pequenos e também nos adolescentes, estão: 

  • Agorafobia; 

  • Transtorno de ansiedade generalizada; 

  • Transtorno de pânico; 

  • Transtorno de ansiedade de separação; 

  • Transtorno de ansiedade social; 

  • Fobias específicas. 

É possível explicar a ansiedade? 

As evidências existentes sugerem que os transtornos de ansiedade envolvem disfunção nas partes do sistemas que regulam emoções e resposta ao medo. Estudos na área de hereditariedade ainda indicam que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante nisso. Não há um gene específico identificado, mas, sim, diversas variantes genéticas para este quadro. 

Pais que sofrem de ansiedade tendem a ter filhos ansiosos. Além disso, possuem uma predisposição a aumentar o tamanho dos problemas dos filhos, o que não é nada positivo para ambos os casos. Crianças que não apresentam distúrbios ou mesmo tendência, têm dificuldades para se manterem calmas e tranquilas na presença de pais e pessoas ansiosas. Entretanto, aquelas que já possuem uma predisposição a ansiedade têm um desafio ainda maior. Em mais de 30% dos casos, é útil tratar a ansiedade dos pais em conjunto com a ansiedade da criança 

Reconheça alguns sinais e fique atento a possíveis sintomas 

É comum que crianças ansiosas apresentem esquiva escolar. Todavia, o medo real da escola é extremamente raro. A maioria das crianças que se recusa a ir à escola, na maioria das vezes, tem ansiedade por separação. Transtorno de ansiedade social, transtorno de pânico ou uma combinação destes também pode deixá-la receosa de ir à escola. Algumas têm fobias específicas. Deve-se considerar a possibilidade de a criança estar sendo vítima de intimidação, como o bullying. 

O fato é que nem todas conseguem falar abertamente destes medos. Algumas crianças queixam-se abertamente de suas ansiedades descrevendo o motivo, como medo de nunca mais ver determinada pessoa (ansiedade de separação). Ou de serem vítimas de chacota por algum motivo (transtorno de ansiedade social). Entretanto, a maioria das crianças exprime seus desconfortos em termos de queixas com dores físicas, como dor de estômago, dor de barriga e até mesmo dor de cabeça. Essas queixas não são falsas. Pelo contrário. Afinal, mal-estar gástrico, náuseas e cefaleia aparecem com frequência em crianças ansiosas. Inclusive, há muitos casos de crianças com dores abdominais que têm um transtorno de ansiedade subjacente. Mas como saber em que nível está este transtorno para aplicar, se necessário, tratamento? 

Veja como proceder para identificar e tratar possíveis casos de ansiedade 

Inicialmente é preciso ter um diagnóstico para agir da forma mais correta neste caso. Assim, para diagnosticar este possível transtorno, é necessário: 

Avaliação clínica 

Ainda que a confirmação possa vir da história psicossocial, o diagnóstico do transtorno de ansiedade é clínico. Sintomas físicos causados pela ansiedade na criança podem complicar a avaliação. 

Já o prognóstico depende da gravidade, da disponibilidade de tratamento adequado e da receptividade da criança. Na maioria dos casos, as crianças levam os sintomas da ansiedade para a vida adulta. Entretanto, com o tratamento precoce, muitas crianças aprendem a controlar sua ansiedade. E como tratar? 

O tratamento pode se dar de diversas formas. Seguem algumas alternativas, que precisam ser avaliadas com especialistas para aplicação correta: 

  • Terapia comportamental; 

  • Intervenções pais-filho e familiares;  

  • Fármacos, geralmente ISRSs para tratamento a longo prazo e algumas vezes benzodiazepínicos para aliviar sintomas agudos. 

Fique atento! 

Pra poder ajudar da melhor forma, caso se depare com casos de ansiedade infantil, fique atento a alguns pontos fundamentais sobre ansiedade: 

  • A manifestação mais comum de um transtorno de ansiedade pode ser esquiva escolar, apresentando, inclusive, queixas somáticas; 

  • Só considerar a ansiedade um transtorno em crianças quando de fato se apresentar de forma grave; 

  • Os sintomas físicos que a ansiedade causa na criança podem complicar a avaliação; 

  • A terapia comportamental pode ser mais eficiente com profissionais qualificados no assunto;  

  • Não descartar a intervenção de fármacos. 

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